EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

terra nova

Nesse chão de terra batida que não piso mais
nessas horas esquecidas que não conto mais
nesses lençóis postos de lado que não uso mais
não quero mais, não ouso mais
há uma melodia que não ouço mais
há palavras que não digo
nomes emaranhados em cantos seguros
esconderijos de maledicências de querer
uns verbos que não sei mais conjugar
nesse infinitivo insosso de linguagem descontínua.
Aí vem o desassossego que eu quero mais
vêm os maremotos que desejo mais
vem esse novo mundo que me entorpece mais
me enlouquece mais
me aquece mais.
Sou tudo novo: carne, vida e morte
porque morro novamente em outros dias
outras camas
outros olhos
sem segredos ou pretensões
desse modo cru e rasante,
simples e oceanicamente pequeno.

3 comentários:

André Al Braga disse...

esqueceu das poesias que não interessam mais, porque há muito a escrever em meio a paz e o caos que o futuro reserva.

Bjoss

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Hum... Adorei isso!
Tô querendo outros versos, outra prosa, outra língua... Exatamente essa paz e esse caos que o futuro guardou pra mim em outras letras...
Beijos, meu querido...

Veiote disse...

E como diz o poeta:

"O mundo é como um espelho que
devolve a cada pessoa o reflexo
de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a
vida é que faz toda diferença.."

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