EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

sábado, 27 de outubro de 2007

a linguagem é uma pele...

“A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contato: de um lado toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que é “eu te desejo”, e libertá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação. Falar amorosamente é gastar interminavelmente, sem crise; é praticar uma relação sem orgasmo.”

(J. Lacan)


je suis un papillon...

Je suis un papillon libre comme l'air... juste comme un arc-en-ciel...

Havia algo me incomodando... Estava escuro e apertado ali dentro. Sentia como se houvesse passado eras em sono profundo. Mas algo acontecia. Eu precisava me esticar... E, em meio a tentativas de romper aquele úmido invólucro, vi o primeiro raio de luz... Era uma luz forte e brilhante, e pela fresta entrava um aroma doce de flor. Precisava sair logo e ver o que havia no lugar reluzente com cheiro adocicado. Estiquei-me o máximo que pude... doeu um pouco, mas a crisálida rompeu-se e um jato de ar fresco bateu em minhas asas, ainda úmidas e amarrotadas.
Ah, liberdade!

E continuei ao sol daquela manhã, vendo as maravilhas daquele mundo brilhante e colorido, onde folhas e flores bailavam ao vento.
E logo que minhas asas secaram, pude alçar meu primeiro vôo. E foi assim que voltei a enxergar, depois de tanto tempo reclusa no escuro do casulo... E para minha surpresa, havia outra borboleta voando ao meu lado...

Ah, liberdade!


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

o encontro...

Nina sentou-se à margem dos próprios pensamentos e buscou uma razão para tudo aquilo. Uma neblina escura e densa impedia que seus olhos enxergassem muito além...
Sabia que do alto da torre podia ver a copa das árvores refletindo o tom prateado da Lua, embora não pudesse mais visualizar a cena em seus pensamentos e, por um instante, arrependeu-se de sua escolha.
Logo lembrou-se do paraíso, do vento, da relva verde e macia que descobriu quando livrou-se das vestes pesadas que carregava. Sentiu-se livre, enfim. Mas a liberdade custou-lhe a alma. Agora via-se novamente prisioneira, não do espaço limitado do cômodo no alto da torre, mas do inferno inteiro, o inferno sem limites que crescia a cada dia dentro dela. A solidão era o mais pesado dos grilhões que carregara até então.
Nina levantou-se e lá estava a infame e sarcástica criatura, vestida de negro, sorrindo ironicamente para ela. Era bela, mas carregava rancor e loucura nos olhos.
Isabeau estendeu-lhe a mão. Nina aceitou o cumprimento e, no fundo de sua alma, sabia que estava, naquele momento, selando um pacto com aquela que promoveria sua saída do inferno.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

(in)sanity...

E continuava divertindo-se, deixando corpos pelo caminho. Era chamada de feiticeira, bruxa, maldita... Mas as palavras duras soavam como música aos seus ouvidos, assim como as súplicas de suas vítimas.
Isabeau, entediada, ensaiou um sorriso em frente ao espelho. Gostava do que via. Olhou o colo branco e notou uma pequena mancha de sangue. Voltou novamente para o rosto e contemplou os próprios lábios, também manchados.
Dirigiu-se ao centro do porão escuro e cheirando a mofo, onde bailou sozinha uma música que tocava apenas em sua lembrança. Girava, de olhos fechados, braços abertos, gargalhando e chorando à sua própria sorte, celebrando sua insanidade...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

desejo...

Segundo o Aurélio:

desejo (ê) sm. 1. Vontade de possuir ou de gozar. 2. Anseio, aspiração. 3. Cobiça, ambição. 4. Apetite. 5. Apetite sexual. 6. Pop. Vontade exacerbada de comer e/ou beber determinada(s) coisa(s) na gravidez.

Segundo a autora:

Desejo é aquela coisa sem explicação que nasce em um daqueles cantos escuros do inimaginável e toma conta do corpo, sem a menor chance de revolta ou resistência. É o tal desejo que faz com que baixemos a guarda e nos entreguemos ao oponente, ficando totalmente à mercê de sua vontade, porque o opositor também tem seus desejos... E nesse matar ou morrer não há vítima ou algoz. Há vontades que se encontram, saciam, completam. O desejo queima, machuca, extasia...
Já não sei mais se falo de desejo ou de amor...

PS: atendendo a pedidos...


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

another little piece of my heart...

- Está aqui, eu sei... Em algum lugar... Deixe-me procurar deste lado...

E assim a mão vasculhava meu peito e procurava o tal coração. Todo o resto parecia estar no lugar e funcionando perfeitamente bem, mas o coração - o bendito coração - não estava mais lá. Sentia o estômago enjoar, o ar encher os pulmões, mas as batidas haviam cessado.

- O problema é só o coração?
- Sim, não consigo encontrá-lo.
- Ok. Pode fechar. Posso viver sem ele.
- Espere! Achei alguma coisa!

E mostrou-me um pequeno pedaço que ainda pulsava na palma de sua mão.

- Vê? Ainda há esperança!
- Pode fazer um favor?
- Claro! Aproveite que o peito ainda está aberto.
- Faça-me um pingente dele. Ficará mais bonito no meu pescoço.

De tudo, restou apenas a cicatriz para lembrar que um dia ali bateu um coração de verdade.

namorofobia, segundo Jabor...

"A praga da década são os namorofóbicos.
Homens(e mulheres)estão cada vez mais arredios ao título de namorado, mesmo que, na prática, namorem. Uma coisa muito estranha.
Saem, fazem sexo, vão ao cinema, freqüentam as respectivas casas, tudo numa freqüência de namorados, mas não admitem.
Têm alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês. Podem sair várias vezes numa semana, mas aí tem que dar uns intervalos regulamentares, que é para não parecer namoro.
É tua namorada?
- Não, a gente tá ficando.
Ficando aonde, cara pálida? Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de propriedade.
Devem temer que ao chamar de namorada(o) a criatura se transforme numa dominadora, sádica, que vai arrastar a presa para o covil, fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai. Não a menos que seja um(a) psicopata. Mais pata que psico.
Namorar é leve, é bom, é gostoso. Se interessar pelo outro e ligar pra ver se está tudo bem pode não ser cobrança, pode ser saudade, vontade de estar junto,de dividir.
A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo, menos chamar de namorado. Pode viajar junto, dormir junto, até ir ao supermercado junto (há meses!), mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO.
Antes, o problema era outro: CASAMENTO. Ui. Vá de retro! Cruz credo! Desafasta! Agora é o namoro, que deveria ser o test drive, a experiência, com toda a leveza do mundo. Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de relacionamento que possa durar mais que uma noite e significar um envolvimento maior que saber nome.
Do que o medo? Da responsabilidade? Da cobrança? De gostar?
Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito, carinho, cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia e no outro finge que não conhece e isso não dói ou não é filhadaputice?
Não é porque "a gente tá ficando" que o outro passa ser mais um número no rol das experiências sexuais - e só. Ou é? Tô ficando velho?
Paciência..."



fantasia...

Entre afagos, mãos e pernas que se confundiam, Marie fechava os olhos e sentia as mãos que exploravam o meio de suas pernas. A carne latejava. A outra língua invadia a boca, bailando como se fosse falo e ela, vulva. As mãos percorriam os corpos sem que os lábios deixassem de se tocar. Gemidos e ais escapavam por entre dentes...
Ele lambia o pescoço e mordia nuca, ombros, braços de Marie, dizendo palavras indecifráveis... Sentiu os dedos abandonando seu sexo e as mãos afastando suas coxas... O outro sexo tocava o meio de suas pernas sem penetrá-la, numa masturbação mútua de bocas e sexos molhados... E ele a fitava nos olhos, enquanto Marie mordia os lábios a ponto de sentir o gosto de sangue.
A outra boca abandonou a de Marie e buscou seu ventre, seu oásis inundado de luxúria... E ele cheira, beija, lambe, enlouquece... Foi a primeira vez que Marie gritou durante o sexo... Não, isso nunca havia acontecido antes, seu corpo nunca tivera espasmos tão violentos... Era o bendito orgasmo que vinha. Era seu ventre saciando aquela sede. Era a sensação que nunca tivera.
Marie precisava retribuir. Deitou-se sobre ele e passou a língua em sua boca, dizendo besteiras, à medida que descia e explorava pescoço, peito, barriga... até alcançar seu sexo. Ele pedia aquela boca. A boca ia e vinha enquanto ele segurava os cabelos de Marie no alto da cabeça para que pudesse olhá-la enquanto o engolia. Marie parou por um instante e mexeu apenas a língua, fazendo com que ele pulsasse dentro de sua boca e observando, deliciada, sua expressão de desejo. A língua brincava, a boca engolia... até que a espuma branca e morna jorrou dentro dela.
A fome e a sede não haviam cessado... Marie não deixou que ele a abandonasse sem que a desejasse novamente. E desejou. Nunca havia experimentado boca como aquela. Segurou forte seus cabelos e a colocou sentada em seu colo, pernas ao redor de seu corpo... Marie desceu lentamente, fazendo com que ele entrasse aos poucos. Já estava quase em orgasmo... novamente... Mexia os quadris... ia e voltava... O sexo quente invadia a carne molhada e macia... Devorava... Queimava... Gemidos e ais... cada vez mais intensos... As mãos buscavam os seios de Marie. A respiração acelerava... Ele dizia palavras sujas e indecentes e Marie enlouquecia, perdendo as forças, quase sem sentir o resto do corpo... Sentia apenas o prazer quente... e a explosão dentro dela.... Puxou Marie pelos cabelos para que beijasse sua boca. Com as bocas grudadas e as línguas enroscadas, foi a vez de Marie explodir em orgasmo, desejando que aquele momento se perpetuasse.

- Mais uma taça de vinho, senhorita?

Marie foi trazida de volta à realidade pelo chamado do garçom do café que costumava freqüentar.

- Sim, por favor.

E continuou lendo o livro aberto à sua frente


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

uma música...

Um pouco de Chico Buarque é sempre bom...

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

the brave knight...

Era um dia comum naquele reino. Pássaros cantavam, mulheres passeavam com suas crianças no colo, jovens cortejavam as donzelas pelo caminho, na esperança de conseguir ao menos um sorriso.
Então veio a tempestade, e em meio a trovões e ventania, chegou o estrangeiro montado em seu cavalo branco. A armadura era pesada e reluzente e o que se via do rosto do cavaleiro era apenas a cor dos olhos. Houve inquietação: os homens olhavam com estranheza o estrangeiro; as mulheres sorriam encantadas pelos belos olhos, cerrados e carregados de mistério.

O tempo passou e o cavaleiro continuou sem dizer àquele povo seu nome, mas falava de suas aventuras e conquistas em outros reinos, sempre cercado pelos jovens curiosos e pelas donzelas que apaixonavam-se a cada palavra proferida pelo estranho.

Apesar de ser tratado como herói e de poder ter a donzela que desejasse no momento em que desejasse, o cavaleiro sentia que havia algo que o perturbava interiormente, algo que o corroía por dentro mas que não conseguia identificar. Estava cercado e sentia-se só. Começava a sentir-se sufocado pela armadura. Desembainhou sua espada e olhou seu reflexo nela. Não reconheceu o rosto que via ali.

Virgo - o jovem que cuidava de seu cavalo - entrou no pequeno cômodo onde o estrangeiro repousava e assustou-se ao vê-lo despido de sua armadura.

- Estou partindo, Virgo. Fique com a armadura se quiser.
- Mas...
- Não precisarei mais dela. Só levarei comigo o cavalo.

E o cavaleiro valente dirigiu-se ao pátio, acompanhado do jovem.

- Vê aquela torre? - disse apontando para o castelo no alto da colina.
- Sim - respondeu o jovem.
- Vá e entregue este bilhete à donzela que está encarcerada lá.

E dando as costas ao rapaz, o estrangeiro montou seu cavalo e partiu.
O jovem, tomado pela curiosidade peculiar à idade que tinha, não resistiu e leu o bilhete:
"Pule, Helena. Liberte-se. Mas tome cuidado para não se perder no caminho. O inferno fica bem ao lado do paraíso. Talvez nos encontremos por lá. Por agora, preciso procurar algo. Preciso saber onde deixei minha alma."

E Virgo entendeu que o cavaleiro estava novamente buscando algo. Mas dessa vez, era algo sem o qual ele não poderia mais seguir. O cavaleiro valente buscava a alma e o coração que havia deixado pelo caminho.


domingo, 14 de outubro de 2007

memories...

Palavras saem desordenadamente e, eventualmente, provocam uma falta de reação.
Marie continua ouvindo ecos que vêm de todos os lados: pior do que de suas próprias palavras, ecos de um silêncio cortante.
Lembranças turvas embaralharam-se diante dos olhos abertos e a garganta calou-se ao som da melodia que vinha da memória: era a voz que trazia consigo um aroma amadeirado e o gosto adocicado da uva. E o doce da uva tornou-se o sal do suor no leito de Marie, enquanto o desconhecido de longa data a amava em silêncio e cachos dos cabelos molhados aninhavam-se naquele peito.
Aquele cheiro não sairia de sua pele. Nunca.

Sagittarius...

You like chaos for its own sake. You make noise and messes because you can. Will others get the wrong idea? They should be on your side.

sábado, 6 de outubro de 2007

another name...

I'm the girl with kaleidoscope eyes.
Call me Lucy. Lucy in the sky with diamonds!

constatação II...

Esse meu exacerbado interesse antropológico aliado à minha incansável observação do que chamamos de rotina conduzem-me, aos poucos, a uma série de constatações do óbvio. Eis outra delas:
- Uma das primeiras colocações que os apaixonados (ou aspirantes) fazem quando integram o objeto de paixão à sua vida é a de querer dormir juntos.

Ora, amigos! Quem é que quer dormir junto? Aquela coisa de dormir agarradinho, com a cabeça sobre o braço ou peito do companheiro pode parecer deveras romântico, mas nada confortável ou útil. Você pode acabar causando dormência no braço de seu amor ou sofrendo de torcicolo.

Dormir juntos pra quê? Eu quero mesmo é estar acordada junto de meu bem, fazer coisas juntos, conversar, rir, brigar, viajar, fazer amor, desvendar mistérios nos olhos dele. Além do mais, querer dormir juntos é apologia à falta de diálogo. O amante (ou amado) acaba tornando-se parte do cenário (digo cenário para não parecer cruel ao dizer mobília). Com o tempo, o companheiro acaba levando um livro para a cama (uma puta traição!), e passa a preferir dormir agarrado ao travesseiro de penas de ganso a fazer cafuné até que você durma.

E depois de todos os argumentos supracitados, vale fazer a seguinte observação: o sono é o único momento do dia em que temos um tempo somente nosso. São as únicas oito (ou seis, ou quatro) horas do dia em que podemos ser deliberadamente egoístas, sem culpa.

Com isso, não assumo uma postura niilista ou algo que valha. Acredito no amor, sim. Sou romântica (até demais). E sonho... muito... Mas ainda prefiro dormir sozinha...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

secrets...

I have a dirty little secret... Well, even more than one...
Ok, i admit... i have plenty of them.

But... who doesn't?

terremoto...


Acho que já postei isso anteriormente, mas o que é bom pode ser sempre repetido, sem medo...


"Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!"

[Mário Quintana]


terça-feira, 2 de outubro de 2007

her eyes...


She knew her eyes would tell everything she couldn't let come out by words.

She had mirrors inside her eyes and cinnamon on her lips... kind of a romantic dream on its way to a very distant wonderland.

That's the way she is.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

constatação...

Após anos de afinco, intermináveis pesquisas e observação incessante da espécie humana, foi constatado que a Síndrome de Chapeuzinho realmente existe. As mocinhas de olhar sonhador não esperam pelo Príncipe Encantado. Na verdade, elas sonham com o dia em que serão reféns* do cruel vilão da história, seja ele um serial killer, grão-vizir ou o tão famoso Lobo Mau.

*serão reféns, neste caso, é um eufemismo para "serão devoradas", que por sua vez é um eufemismo para "serão comidas".

Sim, humor ácido... de novo.