EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

domingo, 30 de dezembro de 2007

(meu) par perfeito...

Meu par perfeito é perfeito porque não é minha metade: ele é inteiro, assim como eu... E por sermos inteiros, não nos completamos: duas metades formam um inteiro, e nós dois inteiros somos um par... Até onde eu sei, é preciso que dois amem, queiram, desejem. Não existe amar sozinho nem pela metade. Somos perfeitos porque temos ciência e amamos nossas imperfeições. Ficou confuso ou deu pra entender?

sábado, 29 de dezembro de 2007

2008 - a brand new year...

O ano acabou. Rever velhos amigos e conhecer pessoas novas foi bom. Ter conseguido alcançar 2 dos 3 objetivos que constavam naquela bendita lista de coisas a fazer em 2007 foi ótimo - importante dizer que os 3 estavam no rodapé, grafados em vermelho. Na verdade, havia uma lista imensa de amenidades em outra parte, mas estas foram todas marcadas com um "x" ao lado.
Amei intensamente. Chorei copiosamente. E mesmo havendo pessoas por quem não vale a pena chorar, foi bom ter convivido com elas. Amadureci. Cada lágrima ou sorriso que brotaram em mim foram intensos.
O melhor de tudo foi me apaixonar. Apaixonei-me por uma pessoa que não conhecia. Apaixonei-me tão loucamente que não pude deixar de olhar nos olhos dela todos os dias: apaixonei-me por mim, pelo reflexo dos meus olhos no espelho, pelas gargalhadas fora de hora, pelo meu mau humor matinal, pelos fios de cabelo branco (nem tanto...), pelos rompantes de loucura, pelo otimismo exagerado, pela minha liberdade incondicional, pela felicidade de ser eu mesma.
Ainda que haja amigos (o plural é apenas um referencial, forma de dizer, não significa que seja mais de um) que preocupam-se comigo a ponto de ligar e dizer que apenas desejam o melhor pra mim, devo dizer que o melhor pra mim é totalmente diferente do que se pode imaginar. Minha felicidade não está no seu mundo ideal. Há pessoas diferentes de você, de mim. Cada um com suas peculiaridades e opções (sexuais, profissionais, pessoais). Just respect me as i am and i will respect you back. "... até eu fui obrigada a me respeitar." So, don't wory. End of discussion.
2008 será ainda mais intenso e mais gostoso. Haverá outros dias de sol, nuvens coloridas em forma de bichinhos e outros zilhões de estrelas para contar. Haverá passeios de mãos dadas (!) e novas descobertas. Haverá outras decepções, outras brigas, outras lágrimas também. Mas e daí? Aprenderei novas línguas (o "paulistês" está na lista... rs), conhecerei outros lugares, publicarei um livro, plantarei uma árvore, ou seja, serei ainda mais feliz...
Para finalizar, um trecho de um texto que encontrei (cuja autoria desconheço):
"Temos que viver com a conseqüência das nossas decisões. E isto é arriscar. Tudo é arriscar. Rir é correr o risco de parecer um tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento. Expor os sentimentos é arriscar a expor a si mesmo. Expor suas idéias e sonhos é arriscar a perdê-los. Amar é correr o risco de não ser amado. Viver é correr o risco de morrer. Ter esperanças é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de falhar. Os riscos precisam ser enfrentados, porque o maior fracasso da vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca, não faz nada, não tem nada e não é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor mas não aprende, não sente, não muda, não cresce ou vive. Presa à sua servidão, ela é uma escrava que teme a liberdade. Apenas quem arrisca é livre. O pessimista queixa-se dos ventos. O otimista espera que mudem. O realista ajusta as velas."
Um Feliz 2008 àqueles que tiveram a paciência de ler minhas sandices esse ano...
Arrisquem-se!
;)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

no regrets...

"Sim, eu me amo como sou e com todos os meus vícios e limitações, mas isso não significa forçosamente que é assim que estarei amanhã. Só significa que gosto de mim como sou agora."
Já disse isso antes... Sempre vale a pena reforçar...
Como diz meu querido amigo R.A., hoje é um dia de humor ácido...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

tears...

Marie chorava. Chorava quando estava feliz, chorava quando a tristeza a envolvia. Chorava quando voltava a ser menina, chorava quando desejava demais e o mundo girava contra sua vontade. Mas chorava sozinha no canto escuro do quarto, onde os soluços não podiam ser ouvidos pelos homens, apenas pelos anjos. Naquela noite, Marie chorou porque o céu ficou escuro e turvo, fazendo com que as estrelas desaparecessem. Marie não sabia viver sem contar estrelas à noite. O céu também havia ficado triste e ele mesmo chorava no meio da escuridão. A lua, cheia e formosa, escondeu-se. O céu ficou deserto. Mas Marie sabia que o sol, amante da lua, surgiria em algumas horas e faria o céu brilhar novamente no dia rosado e azul que amanheceria.

indagações...

Nina só pensava em sair do inferno... À medida em que caminhava na direção da saída, o dragão que havia tomado sua alma a consumia mais e mais... Já não sabia mais ser Helena... Perguntava a si mesma se conseguiria tomar sua alma de volta...

reborn heart...

Marie starts to feel her heart beating again. Maybe the missing part has just been found... There is a reborn soul inside of her. And now she longs for the sweet harmony of minds, bodies, hearts, feelings...


Words would never say enough...

mundo cão...

Sou livre e responsável pelos meus atos, sejam eles bons ou maus. Não culpo Deus nem o que há de exterior a mim; o que foge ao meu alcance não interfere em nada. Se fosse para culpar alguém que não eu mesma, qual o papel do livre-arbítrio, então? Eu decido, eu faço. A sociedade não me modificou. Eu não sou os outros, apesar de me colocar muitas vezes em outras posições. A culpa é minha. O mérito é meu também. O mundo me agride ou me embala, mas só eu decido se ajoelho e choro ou se sigo.
Ah... eu e meus pensamentos existencialistas...

um desejo...

A fada Maeve despertou de seu sono profundo e sorriu quando percebeu que o elfo estava no topo da árvore mais alta do lugar encantado, cuidando para que seu jardim secreto não fosse maculado...

surpresa...

A surpresa é aquele enigmático ingrediente que concede gosto diferente à vida... Os dias mornos e longos passados a espera de que algo surja para tirar seus pés do chão tornam-se inúteis. O melhor é não esperar. E é justamente nesses raros momentos que somos mais felizes: é quando a surpresa enche o peito de calor intenso e transforma nuvens em delicioso algodão-doce bem ao seu alcance. Sinos tocam e estrelas caem do céu, bem nas palmas das mãos... Viajar sem roteiro previamente estabelecido sempre faz com que conheçamos os lugares mais incríveis, geralmente aqueles que não constam nos mapas...
Então, pra que esperar? Prefiro me deliciar com a surpresa que me faz sorrir hoje. A "não espera" me concede sorrisos sem fim. Todos os dias.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

o poeta e a flor...


Caminhando por entre girassóis e gérberas, ia o menino cantando cantigas que só as avós conhecem. O campo era amarelo e imenso e o menino perguntava-se por onde andariam as outras cores daquele lugar...

Eis que surge a linda flor vermelha naquela imensidão amarela e faz o menino parar para observá-la. Como poderia nascer uma única flor vermelha no meio daquele campo amarelo? Era ilógico... Pensou que a flor talvez fosse como o amor verdadeiro: único e particularmente belo, mesmo que houvesse outras belezas ao redor.
De olhos vidrados e coração entregue, arrancou a pequena flor e colocou dentro de seu caderno de poesias; não poderia seguir seu caminho sem carregar consigo a beleza única que todos os poetas exaltam...
Os anos passaram e menino cresceu. Teve todas as mulheres que pôde, mas nenhuma comparava-se à beleza perfeita daquela flor vermelha. E mesmo depois de tantos anos, abria seu velho caderno de poesias, sorria e chorava, saboreando a paixão necrófila que trazia dentro daquelas páginas desgastadas do tempo que não voltava mais...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

breve comentário (continuando às 4 da manhã)...

Nunca consegui me relacionar bem com pessoas limitadas. Eu mesma não tenho cercas, não posso ver até onde estende-se o limite de minhas propriedades, porque elas simplesmente não têm limites. Não sei dizer onde começam ou onde terminam as minhas terras.
Se espero ser compreendida? Nunca! Não posso exigir tanto assim das pessoas.

By the way, existe uma diferença muito grande entre "sensualidade" e "vulgaridade". Se a "sensualidade" te incomoda, não leia este blog. Vá procurar um espaço de discussão religiosa (nada contra, mas estou fora disso) ou de Histórias da Carochinha (eu também adoro contos infantis). Além do mais, a vulgaridade está muito mais incutida em certas atitudes, e às vezes é preciso olhar para o lado... Bom, não vou perder meu tempo falando sobre isso. Há coisas muitíssimo mais importantes a fazer ou pensar.
É por isso que falo tanto da hipocrisia como o "câncer da sociedade"...

(eu havia prometido que não usaria este espaço para os meus "desabafos", pois para isso tenho outro blog... mas como mencionei dois parágrafos acima, não tenho limites... apesar de ter bom senso.)


sobre intensidade...


Tudo é tão intenso que sinto como se carregasse a bateria de uma escola de samba dentro do peito...



lonely...

As noites são insones e insanas. Não hei de dormir... Tua boca encanta o meio de minhas coxas, tua língua e meu sexo num frêmito pueril, tuas mãos me segurando os quadris para que não fuja de ti.
"Ah, amor meu... vem e me faz transbordar de paixão em teus lábios... bebe o muito de minh'alma que se esvai entre minhas pernas, sente meu sexo estremecer em gozo em tua língua..."
E são sussurros e unhs e ais varando a noite, até que a primeira luz do dia toque os lençóis molhados da noite em que não passamos juntos...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

on the edge of an insane love...

Uma música diferente surgia de dentro d'alma... As batidas nasciam no peito e arranhavam a garganta... A excitação pulsava dentro das veias, num ritmo diferente de tudo que havia sentido até então. Era louco, quente, forte: doce como o gozo na boca, fundo como navalha na carne.
Só pensava em morrer, morrer, morrer de amor...

todo dia...

Amo, choro,
Rezo, peco,
morro, mato.
Eu me refaço.
Todo dia.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

curiosity...

There was a door open right in front of me... I could not resist. I needed to know where that light was coming from...

drops...

Teve os amantes que quis nos lençóis em que escolheu deitar-se, mas ainda assim havia algo dentro dela que pertencia a apenas um...

Cada um havia escolhido seu caminho e seguido adiante. Mas mesmo com o rio que corria entre eles, conheciam o atalho particular para alcançar a outra margem. E então, lado a lado, sentavam-se e molhavam os pés, sorrindo, perdidos em instantes íntimos e infinitos dentro dos olhos do outro. E quando a realidade batia novamente à porta, voltavam pelo mesmo atalho para os mundos separados pelo rio que não parava que correr.

Eles levavam dentro deles pedaços imensuráveis de felicidade que existia apenas no pequeno espaço onde o tempo passava de acordo com seus desejos...

espera...

Julliette observava os trens sentada naquela estação: chegavam e partiam pontualmente, como numa valsa metálica sem fim.
Eventualmente entrava em algum vagão, mas tão logo entrava, já saía e voltava a sentar no mesmo banco, esperando o trem seguinte.
As mãos enrugadas e trêmulas seguravam um pacote que vez ou outra ela abria, sorrindo docemente para o conteúdo.
Um dia Juliette não se levantou do banco. Seus olhos permaneceram fechados enquanto os trens iam e voltavam, bailando ao som do aço, mas ainda havia um sorriso no rosto pálido, sorriso de quem carregou até aquele instante a esperança de ver chegar o trem que faria a sua última viagem.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

interessante...

Aquele outro não via…

Aquele Outro não via minha muita amplidão
Nada lhe bastava. Nem ígneas cantigas.
E agora vã, te pareço soberba, magnífica
E fodes como quem morre a última conquista
E ardes como desejei arder de santidade.
(E há luz na tua carne e tu palpitas.)

Ah, por que me vejo vasta e inflexível
Desejando um desejo vizinhante
De uma Fome irada e obsessiva?

Hilda Hilst

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

my inner heat wave...

No... it ain't cold... it's hot, burning hot, hot enough to burst my thermometer. And it will never stop. It comes from nowhere but it's embedded in me like my own soul. Even if i live a thousand years, no stormy weather would be able to cool me down.
No better words to describe me as i am.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

"E daí? Eu adoro voar!"

“Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre”.

(Não sei de quem é... Acho que é mesmo de Clarice - ah, Clarice... há quem diga que não... Bom, não importa... só sei que quando li, olhei-me no espelho)


about the present...


Sempre gostei de Simone de Beauvoir. Sempre admirei a liberdade com que escrevia e falava de sua intimidade. Hoje percebo que há algo de Beauvoir em mim (não digo literariamente, seria muita pretensão minha): sua relação com Sartre era uma parceria amorosa, um companheirismo que "excluía casamento, filhos, formação de patrimônio". Um amor cheio de obrigações tende a desgastar-se, está fadado ao fim. Talvez isso explique o meu interesse intelectual pelos parceiros que escolho: minha contribuição para a posteridade já foi concedida. Não quero casar, namorar, ficar noiva, constituir outra família... quero sorrir. O que me faz sorrir estará presente todo o tempo. Não tenho tempo a perder com lamentações de amores que não deram certo ou que tenham pretensões futuras diferentes das minhas. O meu presente é intenso e vem se intensificando cada vez mais. Tudo isso não significa que eu não ame ou não me apaixone. Eu amo e me apaixono do meu jeito. Sou livre. Por isso digo que sou uma borboleta e não um pássaro. Não nasci para a limitada vida na gaiola. As asas atrofiam. E eu não conseguiria passar um dia que fosse sem poder, ao menos, esticar minhas asas.

Numa dessas conversas em que uma certa pessoa especial fazia o meu "coaching", foi levantada a questão sobre a falta que um companheiro me faz. Talvez eu sinta falta de um companheiro por não ter encontrado a reencarnação de Jean-Paul Sartre... O que me faz falta é conseguir reunir amor, sorrisos e liberdade, conseguir que o companheiro esteja intelectualmente sintonizado, admirá-lo como amante e poder dizer "até logo" sem que isso cause um escândalo social. O que me faz falta é poder assumir isso, assumir que não quero obrigações.
Podem me rotular, dizendo que este é o estigma da amante. Que seja, então. Nunca liguei para rótulos: eu os leio quando uso o toilette.

"O presente não é um passado em potencial, ele é o momento da escolha e da ação."

[Simone de Beauvoir]


segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

it goes like this...

"A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz
..."

[Cuide bem do seu amor]


sábado, 8 de dezembro de 2007

fome e sede...

Ainda tenho fome. Ainda tenho sede. Quero mais, preciso de mais, muito mais. Essa minha louca necessidade de estar inundada do cheiro que me extasia tornou-se vício.
O pouco não satisfaz, o morno não apetece. A intensidade dos sentidos deixou os limites de lado. Cada pulsação inunda-me de sangue quente e desejos que não têm a pretensão de deixar de existir ou de amansar.
O fogo que me move é doce e úmido e, por ser assim tão doce, queima a minha alma e confunde céu e inferno dentro de mim.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

e, finalmente...

...

Os olhos secaram e o pranto cessou,
Pois como solo árido e infértil
a razão fez das lágrimas reféns dessa terra seca e inabitada
Mas a qualquer momento o vento trará o tempo exato
de uma nova tempestade.

Mudemos de assunto, então...
Mesmo com o céu nublado, o dia parece muito bonito hoje.

"J'aurais toujours faim de toi..."




Vá e leve contigo
sorrisos, suspiros,
orgasmos, amor,
Mas volte amanhã
e devolva-me.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

a música das almas...

Na manhã infinita as nuvens surgiram como a loucura numa alma
E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangularam a terra...

Depois veio a claridade, o grande céu, a paz nos campos...
Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto
Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.

Vinicius de Moraes

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

presente...


Como naqueles sonhos loucos em que queremos gritar e a voz não sai, tentei e não consegui. O imaginário me perturba, meus desejos me pregam peças. Há grades por toda parte e preciso fugir. Difícil é saber se fujo para dentro ou para fora de mim.
De alguma forma eu sei que verei o trem partir novamente... Ele vagará pelos trilhos do mundo, eu sei... O que me importa? O passado não volta e o futuro não existe ainda. O que temos, então? Temos este instante... até que o próximo momento chegue e supere o anterior...

Let's go sailing... i wanna see the colors of the ocean... and i hope all the stars shine bright when the suns goes down... just close your eyes and give me your hand... let's go sailing... right now... 'cause it's the moment we have...

"Keep your mind on the present."

Thanks, Z.


o anjo...

Não conseguia enxergar o azul profundo do céu. As estrelas escondiam-se atrás de nuvens acinzentadas que corriam feito meninas travessas pelo firmamento, numa brincadeira de roda infinita e cruel. Desejava flertar com as tímidas estrelas, mas o vento, em conluio com as vaidosas nuvens, deixou os pequenos pontos brilhantes de fora da roda aquela noite.
Perdida entre pensamentos e indagações, não pôde notar o anjo que a tudo assistia. Ele havia trazido consigo uma pequenina e cintilante estrela viva, que brilhava bem na palma de sua mão. Tocou os lábios da moça com as pontas de seus dedos, mas ela nada sentiu. Deitou ao seu lado e soprou em direção ao céu, abrindo caminho entre as nuvens para as estrelas. Elas, felizes, brilhavam intensamente. Ela, surpresa, sorriu. Ele, feliz por tê-la feito sorrir, pousou a cabeça em seu colo e se perdeu no brilho que ela tinha nos olhos, desejando que a moça pudesse sentir todo o amor que ele carregava em si...

... to be continued...

3:30...

Oh, Lord... i cannot sleep... I knew it... We're gonna have 2 long days ahead... And other sleepless nights.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

música da noite...

Marvin Gaye - Let's Get It On
I've been really tryin', baby
Tryin' to hold back this feelin' for so long
And if you feel like I feel, baby
Then come on, oh come on
Let's get it on, oh baby
Let's get it on
Let's love, baby
Let's get it on
Sugar, let's get it on

We're all sensitive people
With so much to give
Understand me, sugar
Since we got to being
Let's live
I love you

There's nothing wrong with me
Lovin' you, baby no no
And givin' yourself to me could never be wrong
If the love is true, oh baby

Don't you know how sweet and wonderful
Life can be
I'm asking you baby
To get it on with me

I ain't gonna worry
I ain't gonna push
I won't push you baby
So come on, come on, come on, come on, come on baby
Stop beatin' 'round the bush

Let's get it on
Let's get it on
You know what I'm talkin' about
Come on baby, hey hey
Let your love come out
If you believe in love
Let's get it on
Let's get it on, baby
This minute, oh yeah
Let's get it on
Please get it on

So come on, come on, come on, come on, come on
darlin'
Stop beatin' 'round the bush

Gonna get it on
I wanna get it on
You don't have to worry that it's wrong
If the spirit moves ya
Let me groove ya... good

Let your love come down
Get it on, come on baby

fate...

Nina aproveitou os momentos sozinha na densa floresta para refletir sobre o inferno. Quanto mais pensava, mais longe ficava de uma resposta. Via Isabeau como a porção má de si mesma. E sabia que céu e inferno estavam ali, juntos, lado a lado...
Nina levantou-se e caminhou em silêncio, sendo observada pela insana Isabeau.

- Antes que pergunte, vou procurar o demônio.
Isabeau sorriu, como que antecipando os acontecimentos seguintes...

O demônio estava novamente no centro da floresta escura, e, de costas, sentiu Nina aproximar-se. Também sorriu. Virou-se lentamente e encarou Nina, que, sem hesitar, entregou-se a ele, satisfazendo os desejos de seu algoz. E foi assim que seu coração parou de bater, definitivamente. Sentiu sangue na boca e o ventre queimar. O monstro pesava sobre seu corpo e tirava o resto de vida que ainda lhe restava. Podia ver o desejo nos olhos do demônio, o mesmo desejo que seria sua sentença.

Assim, com o coração definitivamente morto e o corpo novamente violado, Nina levantou-se e buscou Isabeau. Já carregava no ventre o soldado (meio dragão, meio demônio) que o monstro esperava. O que ele não imaginava era que o soldado se rebelaria contra aquele que o havia concebido, exatamente porque a porção humana de Nina ainda era latente...


domingo, 2 de dezembro de 2007

estuans interius...

Marie abriu os olhos e seguiu o corredor escuro e frio. Não havia mais como voltar. Viu todos os seus medos materializados pelas paredes... Precisava seguir. Ele estava lá, ela já podia vê-lo. Ele estava no final do corredor, envolto pela claridade do lugar de seus novos desejos e antigos sonhos... E ele tinha os braços abertos em sua direção. E o dilema residia entre ficar ali, parada no escuro, sendo devorada pelos seus próprios medos, ou seguir de encontro à luz para aninhar-se no meio daqueles braços, mesmo que logo após a claridade houvesse um precipício. Não precisaria mais temer, então... Estaria segura e aquecida... novamente.

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Noite de algumas reflexões... O Pequeno Dicionário Amoroso:

Coincidências - S.f. Identidade ou igualdade de duas ou mais coisas; ocupação do mesmo espaço; simultaneidade de dois ou mais acontecimentos.
(Como eu não acredito em coincidências...)

Despertar - v.t.d. Tirar do sono, acordar; excitar, estimular, provocar, fazer nascer, dar origem a.
(Neste caso, renascer...)

Dúvida - "Nossas dúvidas são traidoras, e nos fazem perder o que com freqüência poderíamos conquistar, por simples medo de tentar." [Shakespeare em Medida por Medida]
(Não, não tenho dúvidas... talvez ainda tenha alguns medos)

Estréia - s.f. O primeiro uso que se faz de alguma coisa. Fato que marca o início de uma série de acontecimentos de certa importância.
(Às vezes, são acontecimentos de muita importância...)

Fogo - s.m. Desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis. Chama, labareda. Clarão intenso. Fervor, paixão.
(Yes... i'm burning...)

Jogo - "Portanto, a pessoa, e quem quer que deseje alguma coisa, deseja forçosamente o que não possui, o que não tem, o que lhe falta: ora, não são esses justamente os objetos do desejo e do amor?" [Platão em O Banquete]

Medo - "Um dos efeitos do medo é perturbar os sentimentos e fazer com que as coisas não pareçam o que são." [Cervantes em Dom Quixote]

Nostalgia - s.f. Melancolia produzida em alguém que lembra de alguma coisa perdida, que não existe mais. Saudade.

Estuans interius -
burning inside...