Ilustração: Fellatio, de Édouard-Henri Avril |
a pele desperta com o cheiro dessas manhãs
- amanheceres de mansidão e silêncio -
quando o dia ainda não nos brindou de luz
antes de tudo, depois do sonho, depois do sono
quando te resgato do escuro das pálpebras
em um sonho desperto e quente em tua virilha
aconchego osculante da paz esquecida
onde a melodia suave se desgoverna aos poucos
renasce aos poucos, cresce aos poucos,
e ouvimos o prelúdio suave do violento concerto em sol maior
numa canção nossa de roçar de peles
de molhar de línguas
de esquecer a noite morta
de te adorar com a um deus de carne
no templo vivo - sepulcro teu -
onde te guardo quando tu morres,
onde sorrio quando te bebo.
2 comentários:
ah, se toda as manhãs fossem, ou forem, ou sei la, assim... um dia nascendo a cada manhã...
O dia nascendo com um breve morrer a cada manhã...
Seria, ou será, sei lá, tão lindo...
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