EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

domingo, 16 de janeiro de 2011

de prosa

Eu sou de prosa. Não gosto de rimas, métrica ou essas certices sufocantes. Chove torrencialmente nessa manhã ensolarada - chove por dentro. Tu me falas de tempestades e eu sigo trovejando. Quero um copo de loucura no meio da minha mesa de café. Tu me olhas e dizes que não faz sentido, mas é exatamente nesse lado onde quero estar. Porque sou masoquista, egoísta, desesperada, manipuladora e cretina - nas minhas devidas proporções e silêncios. Se eu disser que te amo, desconfie; se disser que te odeio, não acredite. Coloque-me à prova. Engula-me. Deixe-me sozinha e me ligue. Volte. Diz que me ama e me leva pra cama pra depois dizer que me odeia sorrindo. Porque o que me atrai é a tua falta de nexo, de núcleo, de certeza. Atrai-me o medo, a ânsia, o sarcasmo: o sorriso de canto de boca e essa metáfora violenta.

3 comentários:

Veiote disse...

O pavio tá quase acabaaaaando, os hormônios vão explodir, aafff³³³!!!Rsss! :P

André disse...

prosa, verso, métrica ou rima... o que importa é essa poesia que você nos dá e que gosto de ler.

Bjos

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Nem sei se é poesia... Eu gosto mesmo é das metáforas violentas!

Beijos