EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

domingo, 15 de junho de 2008

(in)verso


O amor (in)conseqüente
verte em verbo a língua
Vulva e falo insistentes
Aniquilados de gozo, à míngua

Claridade e escuridão
sentidos, palavras e signos
Osculante e maldita condição
Do oral silencioso e (in)digno

(Des)cuidado e ágil (des)amor,
(des)atento ao prazer que se apresenta
Arde a língua em profano louvor

Do gozo iminente e perverso
e a boca a alma alimenta
de orgasmo e sentido(in)verso.


2 comentários:

E agora José? disse...

Declaração de amor e ódio. Paixão e repulsa. Adorei o jogo de palavras, a ambiguidade talentosamente construída dentro da forma clássica do soneto. Você não me engana meu amor, conheço a sua marca, o seu estilo. Você deixa claro sua autoria nos versos e na prosa que escreve. E isso é mais um sinal da sua maestria, inconfundível, inclassificável.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Cada vez mais os dois opostos se aproximam... e tornam-se uma coisa só... ou partes de um todo...
Limites? Nem pensar...

BTW, obrigada...
:)