EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 6 de março de 2008

Soneto Escarlate







SONETO ESCARLATE
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As ondas rubras quebram em teus ombros
Em quedas, cascatas de vermelhidão que ecoam em teus ouvidos
Entre meus dedos, eu colho a umidade, o veludo e o perfume
Desses cabelos quais medusa, vivos
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Ao vento, cachos rebeldes dançam
Roçam a pele levemente, carinho quase desafio
Pois o teu toque, é de eriçar os sentidos
E o teu cheiro é capaz de entorpecer os que amam
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Fortes e viçosos, presos, asas de corvos
Em que seguro com força para puxar
Impiedoso trazendo o teu corpo inteiro para trás
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Desse sagitário são as rédeas que cavalgo
E, no fim, quando ambos estivermos aniquilados
São debaixo dos caracóis carmim que eu vou me aninhar
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POSTADO POR E AGORA JOSÉ?

4 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Você conseguiu dar vida aos caracóis rubros...
E em forma de soneto... Não há o que dizer... Os cachos estão loucos para te ninar depois do aniquilamento...

E agora José? disse...

Quero sussurrar nos seus ouvidos, debaixo dos caracóis dos seus cabelos, a inspiração que você me dá.

Ricardo Augusto disse...

Ahhh, cabelos vermelhos... meu desejo, minha sina, minha perdição. Ai, ai...

Gostei, José! Como diria Johnny Walker: "Keep writing!" hehehe

Ricardo Augusto disse...

Meu... o último quadro (Dressing I de Daivd Cobley) é simplesmente perfeito!