EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

sábado, 8 de março de 2008

mulher...

Não quero outro sexo. Quero ser sempre mulher, complicada, cíclica, hormonal, indecente; o jardim que floresce independente de tempo ou estação, a metamorfose sem prazo para se completar.

Não quero outro corpo. Os seios já não são pueris. As ancas alargaram. Cada marca em meu corpo conta uma parte de minha história: as linhas de expressão, a cicatriz dos partos, as estrias das gestações.

Outra alma? Nunca. Sou feliz com minha alma que sofre pelos filhos, que chora de tristeza e alegria, que é exageradamente protetora e feroz. Minha alma que absorve o mundo.

E outro amor? Não, não quero outro amor. Quero esse amor que me faz sorrir, que me surpreende, que me assusta, que me faz arriscar versos e me faz sonhar com felicidade sem fim, acreditando em milagres. Esse amor que me faz cantar. Esse amor que me transforma em menina novamente, e ao mesmo tempo me faz crescer. Esse amor que me faz cadela, puta, anjo, profana, divina. Esse amor que me faz mulher. Sua mulher.

(Obrigada, José. Um agradecimento ao homem que me fez esquecer os contratempos de ser mulher. Quero assumir minha condição feminina de novo, e de novo, e de novo... por todas as vidas que vierem pela frente... desde que você esteja sempre por perto.)

Postado por Nina

3 comentários:

E agora José? disse...

Simplesmente, há certas vezes, que quando leio o que você escreve, não sei o que comentar. Sou, de repente, invadido de alegria e felicidade, que fico sem palavras. Te amo, quem precisa agradecer, sou eu. Por me fazer imensamente feliz.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Que os outros me achem louca, o que quer que seja... Sou feliz assim.
Você me faz enxergar o universo...
;)

Lúcia Welt disse...

Que maravilha de poema-depoimento, querida Nina! Nos dá orgulho de sermos mulheres...
Beijos da Lucia
e certamente um da Alma