EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

domingo, 9 de março de 2008

sobre a infelicidade...

A infelicidade é outro mal desse bicho estranho chamado homem (novamente não especifico o gênero masculino, até porque as mulheres gostam muito mais de fazer o tipo infeliz). Há uma diferença entre infelicidade e tristeza (já falei sobre isso antes? Ah, não, havia falado sobre sensualidade versus vulgaridade, outro tema bem interessante).
A melancolia é algo passageiro, transitório, interno. Vem, fica um ou dois dias, e vai embora como aquela prima chata da sua avó que resolveu vir passar o final de semana (e dormir no seu quarto, o que é ainda pior). A tristeza até faz bem, faz olhar um pouco para dentro naquele momento em que precisamos da tal introspecção. Quem diz que sorri o tempo todo mente; até os felizes e bem resolvidos têm seus dias ácidos. Sorriam, amigos! Vocês são normais. Podem economizar o dinheiro da terapia.
Agora, há os infelizes. Pior que os infelizes, só os que fazem apologia à infelicidade. Esses, sim, são dignos de umas boas palavras duras de vez em quando. Quem não cai, não aprende a levantar; quem não se machuca, não aprende a deixar cicatrizar e fica enfiando o dedo na porcaria do machucado para arrancar a tal casquinha, pelo simpes prazer de ver sangrar de novo. E chora, chora, chora. Vive andando de muletas.
Mas o pior de tudo é culpar os outros pela própria infelicidade. Isso é o cúmulo (com o perdão da expressão) da babaquice. Ninguém é responsável pela sua infelicidade. Você se faz infeliz, pequeno, castigado pelo mundo, pelos deuses, por tudo o que há de externo a você. Mas a infelicidade, meus amigos, é um câncer. Ele nasce por dentro e vai te corroendo, te consumindo, acabando com você aos poucos, numa morte lenta e lamacenta.
Perdeu o emprego? Paciência. É hora de procurar outra coisa, talvez você descubra algo melhor. Levou bomba na faculdade? Acontece. Corra atrás e estude mais no próximo período. Levou um pé na bunda do namorado (ou namorada)? Foda-se. Isso acontece o tempo todo. Ninguém é obrigado a te amar pra sempre, mesmo que seja esse o desejo de quem gosta. Olhe para os lados e abra-se para as possibilidades.
O que quero dizer com tudo isso? Que é uma imensa perda de tempo ficar buscando justificativas, causas, culpados. Devia ser muito mais proveitoso buscar novas alternativas, saídas, soluções.

As mulheres, particularmente, têm o dom irritante de fazer da infelicidade um negócio grandioso. Sinceramente, sinto vontade de matá-las. Deviam fazer mais sexo. Ou comer mais chocolate (o que estiver mais facilmente ao alcance). Doses maciças de serotonina sempre fazem bem.

Sempre fui feliz. Fui feliz quando acertei, e mais feliz ainda nas vezes em que errei, pois aprendi com todos os meus erros. E levantei, sorrindo pro mundo.

Hoje sou mais feliz ainda, pois sinto que, enfim, estou fazendo todas as escolhas certas. Escolhas que me fazem sorrir. E perder o medo. Definitivamente.

Postado por Nina

3 comentários:

E agora José? disse...

A dor é universal. A auto-piedade é uma escolha individual.

E agora José? disse...

E não sei se auto-piedade tem ou não hífen.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Nem eu...
:p