Guardei aqui dentro
meia dúzia de versos sem-vergonha
versos pra cantar
dentro da tua língua
por trás das tuas pálpebras
por baixo da tua pele
nessa tua dança torta
de pés esquerdos
versos pra fazer bailar o tempo
pra fazer parar o tempo
esse cretino desalmado que é o tempo.
E meus versos entranham
em teus pontos inacabados
abertos
em teu peito exposto
e seguro teus dedos para que pares
para que não te feches
porque te quero assim
sangrando delícias
minúcias
segredos
quero-te cru
e cuspo álcool em tua pele
ardências
pra te confessar meus versos
carnificina do verbo
porque és bicho, homem
e para amar, matas
e quando matas, revives
e revives porque gozas
e renasces dentro de mim
em espuma morna
de almas liquefeitas
e fundidas entre pernas,
bocas e loucuras:
verbo, versos e outras matanças.
2 comentários:
Minha Matança!
http://mundoid.blogs.sapo.pt/112005.html
bjos
Ah, quando vc me mandou o link eu tinha acabado de comentar no seu blog! Fui mais rápida! rsrs
Pô, como vc disse: "poesia gerando poesia"!
Muito legal a interação!
Bjs!
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