Arranquei os trapos que me cobriam. Os medos. Arranquei de mim um bocado de pensamentos que me podavam. Olhei no espelho e me vi inteira, sorrindo histérica - porque sou histérica. E não havia nada de vulgar em dizer que tinha desejos diferentes, que desejava conhecer o que estava do outro lado do mundo, do outro lado do próprio desejo. Vi-me encurralada, intrigada, mais livre. Mas agora desejo cantigas diferentes, notas nunca antes tocadas no corpo. Desejo o absurdo. E o absurdo está pintado de poesia e outras intrigas, outras saídas infames, outros verbos - conjugações trôpegas e instigantes. O absurdo sussurra uma música conhecida em tom diferente, em cores já vistas mas nunca representadas dessa forma. O absurdo tem nome. Tem lugar - lonjura - e um céu de brigadeiro que preciso explorar em minhas incursões doidas. O absurdo me move, me excita, me atiça - despe-me em beijos e madrugadas insones. O absurdo me faz ser quem eu realmente sou. O absurdo é agora.
Um comentário:
o absurdo nos cerca... rs rs
Postar um comentário