De madrugada
somos testemunhas de um desafio
de um desafio comparsa
de onde surge a ideia incerta
de poemices, sandices e desejos
e tu me provocas com gentilezas
de gostos e carinhos e afetos
sem ônus
sem medo
sem olhos
gratuitos
ingênuos
ridículos
de amores pueris
e paixões adolescentes
sem relógios de pulso
ou missas de domingos
tão pontuais
e tristes
porque o ponteiro segue
tictacteando
e eu quero parar
quero ser Branca de Neve esta noite
quero ser menina
ter olhos de ressaca
ressaca ridícula de amor infantil.
Te espero.
Vem me dar boa noite?
Canta pra mim?
E entre confissões de vida inteira
e de passado recente
fazemos pactos também pueris
você canta e eu leio
leio poemas de amor
de sexo
leio pra você dormir ou me amar
o que vier primeiro
porque eu só quero esquecer do relógio
do infernal ponteiro
e te beijar boa noite
e quem sabe
te amar outra vez amanhã.
4 comentários:
(Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou...)
desde de criança cantamos o fim. Por que adulto, quando as ilusões acabam, acreditamos que nunca vai acabar...?
Sei lá, André... sei lá...
rsrsrsrsrs...
relax!
tudo é fugaz, a gente é que acha que não é! ou não quer ver.
Bjos
É. Uhum. Acredito em você.
O bom de ser adulto-criança é que a gente continua se surpreendendo com o novo. O inesperado nos atinge de forma avassaladora.
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