Não, não desejo o mar
e sua revolta salinizada e bruta
Não, não desejo o mar
- desejo o rio
a pedra
a pedra que o rio cavou
dentro do meu peito
a água doce e mansa
para sentir o fundo
a terra nos pés
entre os dedos
a mansidão morna e verde
o fim de tarde sereno
de livro lido deitado na rede
com o som tranquilo da água
calmaria profunda e presente
ausência de dor ou mágoa.
Desejo o rio
o rio de curso incerto
de curso mudado
de curso amável
que me banha a pele
e traz sorrisos de infância
rio de lava e amor
eterno
inclassificável.
2 comentários:
Desejo o rio
E rio do desejo
Ensejo
Sorrio
Só rio
Só desejo
Um rio de desejos...
Ah, isso ficou bacana, rapaz!
Quando o rio resolve mudar o curso é que é foda, André.
Sei lá... Acho que tô meio deprê esses dias.
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