É noite de lua - rosno. Uivo para o céu. Deixo no ar o cheiro agridoce da concha venusiana onde deságua minha alma. É meu cantar para o sátiro - meu convite à dança.
Aproximação. Um início de delicadeza. Mas te quero bruto - pele embaixo das unhas, gosto de sangue na boca, um pouco de dor onde pulsa a vida nesse instante. Faço-me cadela. Culpa dessa outra maldita que reverbera nas paredes do meu corpo. Solto o verbo sujo em teus ouvidos e passo a língua em teu rosto, teu nome, teu desejo. De pelos eriçados - qual bicho - deixo-lhe o cio marcado na pele das coxas - nos pelos da virilha. E te quero forte, lento, fundo. Quero aspereza, crueza, um pouco de hostilidade. Invasão, barbárie, curra. Porque não tenho medo - tenho vida. Porque agora - nessas horas em que violentas meu mundo - sinto vibrar o coração entre as pernas.
2 comentários:
Ninon, já estava na hora. Estava com saudade. Aera, vamos manchar o nome de Ártemis uma vez mais. Adoro essa lama na qual a Nina se banha, o prazer e o desprezo, o gozo e o medo de se viciar nele. A luta entre prazer e dor, não importa quem ganhe, desde que se trave um bom combate é o que importa.
Tenho lembranças ainda frescas de um em especial assim. Muito obrigado.
A minha memória está ficando fraca... preciso que você me relembre...logo...
:)
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