Cansaço. O corpo pede cama, calma, mar. Tudo pede raspas de silêncio, vento, maresia. Brevidade salinizada. Ulceração sentimental e temporária. Garganta ardida de grunhidos contidos e arrastados pelo tempo não contado. Umas doses de veneno e um punhado de mentiras analgésicas, alcoólicas, semânticas. Filosofia barata de uma mente débil. O peito bradando em alto e bom som um bocado de tolices e efemeridades ordinárias - cão a ladrar por trás das grades. Uma beleza que existe apenas aos olhos alheios - alheios a tudo o que está submerso. Desfaçatez labiríntica e espiralada. E quanto mais pergunto, menos respostas busco - porque não quero saber. Não sei saber. Desvergonha assumida de uma mulher pelo avesso com sorrisos indecentes de canto de boca. Lábios carmim sem confissão pronta ou discurso decorado. Improviso ambulante de paranóias sobre a mesa de jantar. Porque não há coerência nessa fala, nessa prosa, nesse corpo. São devaneios, apenas. Meus maremotos sentimentais. Meu instante oceanizado e transcrito. Minha verdade sem nexo.
3 comentários:
É a espera, é um pouco de tudo misturado ao nada. Sei como é e sei qual é a cura. O tratamento vai ser pra vida inteira, o amor só se cura com o amor correspondido. O resto são folhas ao vento. Não há nada que possa nos derrubar se ficarmos juntos e é exatamente o que planejo, o que sonho.
You are always on my mind baby.
Em doses homeopáticas?
Não, sempre.
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