EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

o anjo...

Não conseguia enxergar o azul profundo do céu. As estrelas escondiam-se atrás de nuvens acinzentadas que corriam feito meninas travessas pelo firmamento, numa brincadeira de roda infinita e cruel. Desejava flertar com as tímidas estrelas, mas o vento, em conluio com as vaidosas nuvens, deixou os pequenos pontos brilhantes de fora da roda aquela noite.
Perdida entre pensamentos e indagações, não pôde notar o anjo que a tudo assistia. Ele havia trazido consigo uma pequenina e cintilante estrela viva, que brilhava bem na palma de sua mão. Tocou os lábios da moça com as pontas de seus dedos, mas ela nada sentiu. Deitou ao seu lado e soprou em direção ao céu, abrindo caminho entre as nuvens para as estrelas. Elas, felizes, brilhavam intensamente. Ela, surpresa, sorriu. Ele, feliz por tê-la feito sorrir, pousou a cabeça em seu colo e se perdeu no brilho que ela tinha nos olhos, desejando que a moça pudesse sentir todo o amor que ele carregava em si...

... to be continued...

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