EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

sábado, 21 de novembro de 2009

Há dias que a situação não anda lá grande coisa. Temos um impasse, um enorme impasse. Sinto que vou explodir. Às vezes parece que as coisas só funcionam em uma via, quando na verdade precisariam funcionar em duas. Entendo perfeitamente que certas coisas incomodem (num grau altíssimo) o outro, mas desejo que haja uma compreensão absurda quando outras coisas (e pessoas) me incomodarem também. E algumas me incomodam terrivelmente, principalmente quando os hormônios estão em ebulição. Como a Marilda aí embaixo (a da tirinha), eu também fiquei louca. Também descobri que sou histérica, possessiva, descontrolada, ciumenta, insegura, inflamada, vil, passional, estabanada, controladora, desmiolada e linguaruda. Tirei o rancorosa, porque isso, definitivamente, não sou.
Queria quebrar todos os seus discos (tudo era mais fácil na era do vinil...), rasgar suas roupas (só as camisas, porque jeans dá trabalho), rabiscar seus livros (só os seus, os nossos não contam), amassar o seu carro (acho que tem uma música da Calcanhoto que fala uns lances assim), dizer que não te amo. Eu seria capaz disso tudo, sim (eu acho). Mas depois bateria aquele puta arrependimento ao olhar os destroços e ver que te magoei. Aí eu desmonto e começo a chorar e peço desculpas. Me desfaço. O que isso tem de são? Nada. E quem disse que eu sou uma pessoa sã? Acredito que ninguém tenha se arriscado.
Enquanto eu ainda tiver esses rompantes, está tudo bem. O grande problema será se eu deixar de tê-los (isso pode significar que eu deixei de me importar...)

Pronto. Já me sinto bem melhor.

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