Perdoa-me se te tomo de assalto
- sem escrúpulos -
se desfaço essa névoa em teus olhos
- se te derreto -
se procuro um verbo, um tempo, uma cor
se conjugo coisas erradas, se me dobro
perdoa se te desdenho,
se finjo que te abandono e te procuro
perdoa se digo que te amo e depois calo
perdoa se sou combustível e apago
perdoa meu silêncio, minha angústia, meu medo
perdoa minha falta de caráter
meu excesso de loucura
minha ferida de desejo
perdoa se sou estranha
se me enfio no meio de tuas coisas
se te machuco
se choro
se agonizo tua ausência
se alcoolizo minha miséria
se maldigo teu nome
se mordo teus livros
se ouço tua música.
Perdoa minha falácia
meu vício
minha inconstância
a voz embargada
que diz em silêncio
o que os olhos
já se cansaram de saber.
Perdoa-me se te fodo em pensamentos.
Perdoa por querer te rasgar a pele
te cuspir maldades
te levar pro espaço.
Perdoa-me.
Castiga-me de novo amanhã.
2 comentários:
Inspiradíssima hein!
Quando percebo isso durante a leitura, não só posso, mas como devo enxergar o que estará diante dos meus próprios olhos...uma obra arte!
Fiquei encantado! E quando é assim , sempre leio mais de uma vez. Publique lá na sua outra pág de amigos, vai chover comentários...agora preciso labutar, bjs na maior artista que já conheci desse mundo!
sem ar!!!! rs incrível como teus textos me traduzem!! adoro mesmo o que vc escreve!!!! Bjsss
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