EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

a saudade

Eu te arranho com os dentes e com a voz rouca de saudade. Arranho teu rosto com um olhar que fere, uma certa mágoa, um resquício de volúpia. Ponho-me em movimento, elíptica, a dizer-lhe sandices em silêncio. Mas o meu silêncio faz festa, barulho, música. O teu silêncio fere-me mortalmente, é arma letal contra minha loucura. Tua falta de verbo maltrata esses bichos que eu sou, essa coisa que eu sinto. Deitamo-nos sobre amenidades e lavanda, onde os pecados não são ditos. Há apenas desejos e o resto cobre-se de mistério. Sente que há cadência no palavrear? É o bolero que toca em silêncio no quarto, na esquina de nossas transversais. Há saudade na morte e muito mais saudade na vida. Não houve promessa, adeus, ternura. Há a saudade. Apenas.

4 comentários:

E agora José? disse...

Quem cala fala mais alto ao coração...

Às vezes sim, às vezes não. E o seu silêncio me incomoda tanto quanto o meu, porque a sua voz pra mim é música, o seu sorriso, a sua risada são o paraíso. Eu quero amenidades e lavanda e quero ternura. Saudade nós temos e muita, isso é inegável.

Quero tudo que tenho direito como seu homem, maremotos e bonança, quero estar ao seu lado sempre. Mas entendo que é preciso ficar sozinho de vez em quando e se você quiser eu me retiro.

E se você realmente estiver disposta a ter e manter uma companhia na cama todas as noites, eu quero me casar com você.

sheila disse...

Olá Andressa !!!

sheila disse...

Oi Andressa !!!

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Oi, Sheila!
Bom te ver por aqui!

Seja bem vinda!