EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Versos loucos


Ah, meu amor de palavras loucas, palavras roucas, faz transbordar de amor a velha alma cansada de dor. A música, meu amor de palavras loucas, toca quando tua voz vibra e teu corpo move-se para encontrar encurralar amansar incendiar o meu. Sem ponto sem vírgula sem espaço sem tempo sem limite sem começo sem fim: onde começa o sonho e termina o dia? Oh, meu amor de palavras roucas, há marcas mais profundas dos que as da carcaça meu anjo louco demônio deus gigante, marcas que ainda não se podem ver, como as das argolas prateadas que guardas em tuas extremidades ramificações onde há o espaço para o nome meu, amor de palavras roucas, amor de verdades loucas.


Um comentário:

E agora José? disse...

Crazy, hoarse, lovely. It's us, I want you like this forever. Beautiful living poetry.