Passa rápido esse menino-tempo. De pensar, já passou. Passou correndo. O futuro começa quando termino a frase - presente, torna-se agora. Mas acaba de correr dos lábios que balbuciaram "agora" - eis que se torna passado. O que é o tempo, então? Esse moço, o tempo, é apenas um instante. Uma impressão ou antecipação do que virá no momento em que passa; um adeus ao que se vê e uma saudação ao que surge na rota de colisão. Eu amarei [em um minuto], eu amo [neste instante], eu amei [um minuto atrás]. Três tempos em sessenta segundos: parece-me tudo presente em sentidos e impressões. Passa rápido esse tempo-menino. Passa rápido porque não existe.
O tempo é uma dicotomia atemporal.
Eu amei [há vinte anos], eu amo [neste instante], eu amarei [conjugado no futuro sem prazo]
2 comentários:
Até hoje eu lembro de um professor de publicidade que dizia que o prazer dura o tempo de um botão dentro da casa.
Comentário cruel, porque o botão passa pela casa, mas dentro dela jamais.
Eu também amo você, e esse verbo, com esse sujeito, só tem um tempo: o meu.
É isso: o tempo é esse lugar.
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