Sempre há um louco em cada esquina. E além dos loucos felizes, há os doentes, os pobres de espírito, os irrecuperáveis. Aqueles que se alimentam de restos, de mínguas, penúria, carência. Mas essas pessoas não fazem diferença ou marcam presença. São coadjuvantes. Ou melhor, estiveram de passagem em algum lugar que não as reconhece como algo importante, mas insistem em espreitar da sombra, de algum lugar triste e eternamente solitário. E não há tristeza maior que a solidão.
Cá estou com minhas memórias desta manhã e de todos os outros dias. Cá estou com as declarações públicas de amor. Com o filho fincado em meu ventre que, antes que esperássemos, voltou para junto de alguma força seminal e resolveu esperar mais um pouco. Cumpriu seu papel em nossas vidas, mesmo que tão brevemente. Cá estou, em ETERNA festa de Beltane, onde celebramos a fertilidade, o amor, a união, nosso verão, primavera, nossas flores fora de estação. Porque somos dois e apenas um nessa imensidão de coisas por vir. Porque nos completamos nessa fé em pequenas coisas. Porque a vida nos sorri todos os dias. Porque sorrimos todos os dias. Porque nosso lugar é no peito do outro, onde mal algum nos alcança, onde a vida se alegra quando há o roçar de peles, de línguas, dessas confissões bonitas que teus olhos esverdeados me fazem em silêncio cada vez que gozamos. Porque não me coloco onde não sou querida. Eu estou. Eu sou. Eu sou parte dessa vida que se ajeita junto com a minha.
Eu permaneço, Heinz Prellwitz. Em você, pro resto da vida.
2 comentários:
eu te amo também, minha querida!
É isso, meu bem. Exatamente isso. Esse é o lugar onde ninguém machuca a gente...
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