EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

falares

Palavras à deriva
mar sob os pés
e nuvens por dentro das pálpebras.
Falares fluidos, desconexos,
polissemias bailantes
cheias de si
- verdades e temores -
certezas do infinito que não há,
do futuro que não chega,
do passado que não parte.
O grito que vibra
o choro que rompe
o gemido que corta
a palavra que fere.
Falares mudos,
pensares úmidos
e pulsantes.
Olhares perdidos
entre súplicas mal entendidas
e desejos em carne viva.
Verdade. Mentira.
Qualquer punhado de vida.

2 comentários:

E agora José? disse...

Esse desespero por um punhado qualquer de vida e a saudade estão conosco desde sempre e mesmo assim às vezes o que é mais simples fica confuso. Então, para evitar falares, só vou te dizer o seguinte:

Eu te amo, você é a mulher da minha vida, a mulher com quem eu casaria, a mulher com quem eu teria meus filhos, a mulher que quero envelhecer junto, minha mulher.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Gosto dessa sua mania de me arrebatar às duas da manhã, no meio do meu sono, pra dizer que me ama... e às oito, no começo de uma terça-feira chata e cinza e cheia de chuva... pra eu ter certeza de que tudo vale a pena... se for com você...
Poderia dizer um monte de coisas agora... mas vou ficar em silêncio e continuar sorrindo por dentro... porque só você sabe o que os meus silêncios querem dizer...