EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

fantasia...

Entre afagos, mãos e pernas que se confundiam, Marie fechava os olhos e sentia as mãos que exploravam o meio de suas pernas. A carne latejava. A outra língua invadia a boca, bailando como se fosse falo e ela, vulva. As mãos percorriam os corpos sem que os lábios deixassem de se tocar. Gemidos e ais escapavam por entre dentes...
Ele lambia o pescoço e mordia nuca, ombros, braços de Marie, dizendo palavras indecifráveis... Sentiu os dedos abandonando seu sexo e as mãos afastando suas coxas... O outro sexo tocava o meio de suas pernas sem penetrá-la, numa masturbação mútua de bocas e sexos molhados... E ele a fitava nos olhos, enquanto Marie mordia os lábios a ponto de sentir o gosto de sangue.
A outra boca abandonou a de Marie e buscou seu ventre, seu oásis inundado de luxúria... E ele cheira, beija, lambe, enlouquece... Foi a primeira vez que Marie gritou durante o sexo... Não, isso nunca havia acontecido antes, seu corpo nunca tivera espasmos tão violentos... Era o bendito orgasmo que vinha. Era seu ventre saciando aquela sede. Era a sensação que nunca tivera.
Marie precisava retribuir. Deitou-se sobre ele e passou a língua em sua boca, dizendo besteiras, à medida que descia e explorava pescoço, peito, barriga... até alcançar seu sexo. Ele pedia aquela boca. A boca ia e vinha enquanto ele segurava os cabelos de Marie no alto da cabeça para que pudesse olhá-la enquanto o engolia. Marie parou por um instante e mexeu apenas a língua, fazendo com que ele pulsasse dentro de sua boca e observando, deliciada, sua expressão de desejo. A língua brincava, a boca engolia... até que a espuma branca e morna jorrou dentro dela.
A fome e a sede não haviam cessado... Marie não deixou que ele a abandonasse sem que a desejasse novamente. E desejou. Nunca havia experimentado boca como aquela. Segurou forte seus cabelos e a colocou sentada em seu colo, pernas ao redor de seu corpo... Marie desceu lentamente, fazendo com que ele entrasse aos poucos. Já estava quase em orgasmo... novamente... Mexia os quadris... ia e voltava... O sexo quente invadia a carne molhada e macia... Devorava... Queimava... Gemidos e ais... cada vez mais intensos... As mãos buscavam os seios de Marie. A respiração acelerava... Ele dizia palavras sujas e indecentes e Marie enlouquecia, perdendo as forças, quase sem sentir o resto do corpo... Sentia apenas o prazer quente... e a explosão dentro dela.... Puxou Marie pelos cabelos para que beijasse sua boca. Com as bocas grudadas e as línguas enroscadas, foi a vez de Marie explodir em orgasmo, desejando que aquele momento se perpetuasse.

- Mais uma taça de vinho, senhorita?

Marie foi trazida de volta à realidade pelo chamado do garçom do café que costumava freqüentar.

- Sim, por favor.

E continuou lendo o livro aberto à sua frente


Nenhum comentário: