A sobrevida imposta pela condição de predador trazia a dualidade - a realidade irredutível - do quixotesco dragão encarnado no chacal.
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E assim, o chacal (cruel, lacônico, grave) tornava-se algoz e vítima...Algoz e vítima de si mesmo...
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E o momento da caça – a perseguição, o abate, o deleite – era entorpecido pelo desejo latente. Apaixonava-se pela presa enquanto a mantinha sob sua custódia – pela beleza que cingia a fragilidade, pelo colo depravado que saltava quente depois da luta – mas o medo que fulgia nos olhos do alvo despertava-lhe o lado bestial: a paixão cedia lugar ao desejo visceral de dilacerar o oponente.
O chacal acabara de alimentar-se novamente...
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