EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

lugares

A sede estranha arranha o pulso que bate débil. O tempo tilinta o vidro transparente - não, não são cristais. Mas o som agudo ecoa no espaço vazio - poderia tudo estar repleto de sons e lugares e desejos. Mas há sombras e nas sombras, refúgio. Há um esconderijo de não-acontecimentos e minúcias em cada minuto. Há lábios-pinturas-esboços de mãos salientes - porque sempre brotam dos lençóis loucuras monossilábicas. Há o borbulhar do futuro ou do destino - o que mais agradar em tempos de cólera e miséria. Há amor. Há flores desbotadas em janelas fechadas. Ventos, ventos deslizantes de um lugar ao sul, inferno alucinado de confissões, metáforas indecentes do dia.
Há amantes. Amantes apenas.

citando Anaïs

"A tua beleza submerge-me, submerge o mais fundo de mim. E quando a tua beleza me queima, dissolvo-me como nunca, perante um homem, me dissolvera. De entre os homens eu era a diferente, era eu própria, mas em ti vejo a parte de mim que és tu. Sinto-te em mim. Sinto a minha própria voz tornar-se mais grave como se te tivesse bebido, como se cada parcela da nossa semelhança estivesse soldada pelo fogo e a fissura não fosse detectável."


[Anaïs Nin - A Casa do Incesto]

terça-feira, 23 de outubro de 2012

minuano

meu caminho é encontrar o minuano
litoral sul da Via Lactea
seguir de mãos dadas
até o primeiro círculo do inferno.

Soy el verbo



Soy el verbo que da acción a una buena conversación
y cuando tu me nombras siente ganas.
soy...la nueva alternativa contra contaminación
y tu eres la energía que me carga.
Soy una arboleda que da sombra a tu casa,
un viento suave que te soba la cara.
De to'os tus sueños, negra, soy la manifestacion,
tu eres esa libertad soñada.
Soy la serenidad que lleva a la meditación
y tu eres ese tan sagrado mantra.
Soy...ese juguito e' parcha que te baja la presión
y siempre que te sube tu me llamas, ya
tira la sábana, sal de la cama
vamos a conquistar toda la casa.
De todo lo que tu acostumbras soy contradición
Creo que eso es lo que a ti te llama.
La complicidad es tanta que nuestras vibraciones se complementan
Lo que tienes me hace falta y lo que tengo te hace ser mas completa
La afinidad es tanta miro a tus ojos y ya se lo que piensas
Te quiero porque eres tantas cositas bellas que me haces creer que soy
...la levadura que te hace crecer el corazón
y tu la vitamina que me hace falta.
Soy ese rocío que se posa en tu vegetación
y tu esa tierra fértil que esta escasa.
Soy la blanca arena que alfombra tu playa
todo el follaje que da vida a tu mapa
de toda idea creativa soy la gestacion
tu eres la utopia a tu te llama.
La complicidad es tanta que nuestras vibraciones se complementan
Lo que tienes me hace falta y lo que tengo te hace ser mas completa
La afinidad es tanta miro a tus ojos y ya se lo que piensas
Te quiero porque eres tantas cositas bellas que me hacen sentir muy bien.
Que soy, soy la locura que estremece, soy tu adicción
y tu eres mi felicidad, mi calma
soy...una colonia que va en busca de liberación
y tu eres esa dosis de esperanza.
soy...la cordillera que en la distancia te cura la visión con su elegancia.
De todo loco que lo intenta soy la frustración
tu eres ese reto que me encanta
La complicidad es tanta que nuestras vibraciones se complementan
Lo que tienes me hace falta y lo que tengo te hace ser mas completa
La afinidad es tanta miro a tus ojos y ya se lo que piensas
Te quiero porque eres tantas cositas bellas que me hacen sentir muy bien.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

átimo

há de ser eterno o instante
dos olhos
tal como o instante do grito

haverá infinitude no gesto
que viverá ligeiro na pele
permanente n'outro tempo do corpo
no tempo que anestesia o átimo
que castiga a saudade
que fere docemente a memória

e quando a eternidade do segundo esquecido
de um milésimo de intento
encharcar teus olhos com maresia
haverá no tempo um transtorno alcoólico
agitação tumultuosa
na profundidade de tua garganta

gritos espiralados em meu verbo conjugado
no futuro do meu instante presente.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

em noites assim
não há nada maior
do que o desejo que me machuques.

até sangrar.

até morrer.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

chão

na terra do chão do teu cômodo
suspiro louca
no escuro que há dentro de nós
no inferno que nos consome
entranhas e adornos
desfaço-me em ti
- meu querer apocalíptico.

tua saliva quente me conta tuas sandices de amar
tuas animalices
segredos homicidas, glutonices e pavores
ardências monstruosas e desmedidas
língua tua, minha carne exposta
teus dentes a me desenhar brutalidades
e rosnar desejos
de corpos vulcânicos
em chão frio
em manhã de Primavera.


domingo, 7 de outubro de 2012

sobressalto

e sobressaltada com a claridade do dia
enfio-me novamente no escuro das pálpebras
pra te sonhar meiguices

quarta-feira, 3 de outubro de 2012



Oli el viento, lo vi libre y me enamore
lo vi libre y me enamore
Me desperto tan dulcemente, acaricio mi pelo y me enamoro,
y la lluvia madruguera golpea en mi ventana,
vos caes, y mientras yo, te observo caer, asi

Tu misterio es mucho mas interesante que mi imaginación

y cuando caigas en mi charco voy a sumergirme en vos,
mirando en el reflejo voy a sumergirme en vos,
y la lluvia madruguera golpea en mi ventana,
vos caes y mientras yo te observo caer asi,

que maravillosa forma de empezar el dia..

enroscandonos, enroscandonos asi

... densificaria el aire ...

... densificaria el tiempo ..
.. asi

Oli en viento, lo vi libre y me enamore,

lo vi libre y me enamore
me desperto taan dulcemente,
acaricio mi pelo
y me enamoro

dos teus silêncios de amor

Na crueza de teus silêncios - tuas palavras poucas - descobri tua língua. Ouvi teus manifestos de amar. E de perambular nesse escuro que é o vazio de tua distância - porque jamais és presença, tamanha saudade a que me condena a alma - descubro-me cega. Vejo corvos em minhas pálpebras. Sinto remansos embebidos em anis e tormentas tomando forma em meu céu azul - meu paraíso e inferno. E sonho teu amor escorrendo pelos meus flancos, transbordado de todos os meus cantos e curvas, embriagando-me poros e garganta. Sou eu, apenas, erotizando tua verdade em mim. Porque me fodes cada vez que falas de amor. Porque sonhas com minha boca, minhas coxas, minha carne quente. Porque espumas em tua mão quando me imaginas por dentro - espuma salgada de teu desejo vibrante. Porque sou o nome que tua boca balbucia no silêncio escuro do teu quarto. E por me amares assim, latejante e homicida, sopro palavras com hálito de amoras em tua direção: espera. Ama. Devora.