No morno assombro da madrugada
amanhece fronteiriço
o tempo
tecido em sutilezas
esquecidas
nesse relógio-corpo
desencontrado das horas
e afogado nas
esquisitices bailantes
na tenacidade dos
exageros
e incertezas dos
dias.
Entardece
displicente a ânsia,
matéria de sentires
no doce inferno
do festival de
adoração
(carne, ossos,
sangue e
delicadezas).
Tudo é o tempo que
foge,
míngua, se espalha
pela terra
abaixo dos pés,
urgência
desesperada
a assolar corpo e
espíritos
- todos eles e o mundo -
onde urge a breve
morte
e o mais breve
reviver.
Tudo é o viver
pelas horas
não contadas,
presente passado a
cada instante:
tempo-vivo,
tempo-morto,
tempo meu.
(poema adaptado da prosa de 23 de janeiro de 2010)
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