Da infinita contenda
entre pânico e doçura
do desenho mal forjado
do desenho mal forjado
dos deuses que invento
para justificar pecados
heresias, blasfêmias,
atrocidades do corpo
parido mil vezes do tempo
descarno verdades
espelhos reflexos
pequenos dramas
vistos a olho nu
e corpo mais nu ainda
balbucio a desordem
do mundo avesso
à realidade salgada
dos meus maremotos
e o nojo das mentiras
e corpo mais nu ainda
balbucio a desordem
do mundo avesso
à realidade salgada
dos meus maremotos
e o nojo das mentiras
sussurradas à meia luz
nos esconderijos sujos
dos impulsos quereres
- diapasão das madrugadas insones -
onde tudo é turvo
e fraudulento,
onde se esconde o homem
e se revela o bicho.
Na acidez impiedosa da pele
resvala o dulcíssimo querer.
Das pragas que me assolam
o mondo-carne
- cão raivoso a babar injúrias -
nos esconderijos sujos
dos impulsos quereres
- diapasão das madrugadas insones -
onde tudo é turvo
e fraudulento,
onde se esconde o homem
e se revela o bicho.
Na acidez impiedosa da pele
resvala o dulcíssimo querer.
Das pragas que me assolam
o mondo-carne
- cão raivoso a babar injúrias -
morro apenas pelas
crudelíssimas lonjuras
que me negam à boca
a saliva e o dulçor.
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