há de ser eterno o instante
dos olhos
tal como o instante do grito
haverá infinitude no gesto
que viverá ligeiro na pele
permanente n'outro tempo do corpo
no tempo que anestesia o átimo
que castiga a saudade
que fere docemente a memória
e quando a eternidade do segundo esquecido
de um milésimo de intento
encharcar teus olhos com maresia
haverá no tempo um transtorno alcoólico
agitação tumultuosa
na profundidade de tua garganta
gritos espiralados em meu verbo conjugado
no futuro do meu instante presente.
3 comentários:
Num átimo cabe toda uma conjugação de verbos que vão do futuro para o presente, num tempo que já passou, mas que permaneceu na garganta enquanto grito. Este feminino é muito complexo mesmo, tão e tão que se faz muito simples na memória de um gesto. É sempre bom te ler aqui! bjs
Eu passei o dia neste interminável instante. Meu momento infinito...
Quando parece que tudo vem aos galopes e atropela e permanece... É tão difícil explicar estas coisas... Mas talvez não tenha mesmo explicação. Existe e ponto. Basta.
Bjs, querida!
maravilhoso... :-)
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