"Homem, não tenhas medo, a escuridão em que estás metido aqui não é maior do que a que existe dentro do teu corpo, são duas escuridões separadas por uma pele, aposto que nunca tinhas pensado nisto, tranpostas todo o tempo de um lado para outro uma escuridão (...), meu caro, tens de aprender a viver com a escuridão de fora como aprendeste a viver com a escuridão de dentro"
EGO
"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."
(Clarice Lispector)
sábado, 21 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
fome
e o verbo se faz carne
no sonho que quase existe
nessa realidade visceral
de fomes e misérias
e lampejos
presença imperativa
de verbo imperativo
e ultrajado por matéria
coisificando o que há de sonhar
e beber
e pulsar
sangue quente a vazar
desta porção amorfa
de cheiro que se dissipa
com o tempo
[nunca, nunca na memória]
com palavras que fincam desejos
em pele estranha
terra distante de tudo
ardências e dentes trincados
emputecidos com a danação
dessa fome sempre a saciar
no dia seguinte
no próximo outono
em algum tempo.
no sonho que quase existe
nessa realidade visceral
de fomes e misérias
e lampejos
presença imperativa
de verbo imperativo
e ultrajado por matéria
coisificando o que há de sonhar
e beber
e pulsar
sangue quente a vazar
desta porção amorfa
de cheiro que se dissipa
com o tempo
[nunca, nunca na memória]
com palavras que fincam desejos
em pele estranha
terra distante de tudo
ardências e dentes trincados
emputecidos com a danação
dessa fome sempre a saciar
no dia seguinte
no próximo outono
em algum tempo.
sábado, 14 de julho de 2012
hospedeiro
a besta que deixas escapar
perde-se na estepe
na imensidão livre das sevícias
e da escuridão da clausura do teu corpo
do peso do teu espírito
de tuas grades de ossos, carne e pensamentos
mas a besta volta
[ela sempre volta]
porque há de sentir fome outra vez.
perde-se na estepe
na imensidão livre das sevícias
e da escuridão da clausura do teu corpo
do peso do teu espírito
de tuas grades de ossos, carne e pensamentos
mas a besta volta
[ela sempre volta]
porque há de sentir fome outra vez.
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