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Senti raiva do mundo. Raiva de mim. Raiva dos outros.
Senti na boca um gosto amargo que fazia ameaças insistentes.
Peguei a chave do carro, saí, bati a porta de casa, atravessei a rua correndo, deixei o mundo pra trás. Lembrei que não sabia dirigir. Fui embora.
Sentei à beira do mar e chorei; chorei pra colocar aquela porção má de mim pra fora, pra derramar o que eu não queria mais, pra liquefazer a dor.
Mas a lembrança viva olhou pra mim e sorriu. E falou. E despediu-se com um beijo de boa noite e um aceno. Longe, bem longe de mim...
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(se eu rearranjasse, poderia ser um poeminha... ou não...)
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3 comentários:
Nina. O teu escrito me trouxe à memória cenas que vivi em Salvador. Muito bom o seu poema sim, fico com inveja or que vc proseia muito bem, mas uma inveja que me faz tentar escrever mais.
Continuemos então.
Nina
Que saudade de ti, que demoras a responder...
Neste texto revelas que estavas sofrendo, por quê? minha linda...
Lu
Close, no matter how far. Muito bom, prosa poética.
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