Com os olhos vermelhos e inchados ela não o encarava. Dizia que não o amava. Dizia que queria ir embora. Pedia para que não a procurasse mais.
Não sabia gostar. Ainda pior: não sabia ser gostada. Estava sempre correndo, fugindo daquela coisa que a imobilizava doce e lentamente. Escorregadia, balbuciou palavras robóticas e sem sentido, parecendo ainda mais louca e descontrolada. Enquanto ele abria o peito e chorava (de dor e raiva) falando de seus sentimentos, ela cantava músicas dentro de sua cabeça para que as palavras e as lágrimas não a afetassem.
Tapou os ouvidos com as mãos e gritou, pedindo que ele fosse embora, que sumisse, que fosse feliz com outra pessoa. No fundo, ela queria que ele a calasse como de costume, com beijos que, entre soluços, sal e línguas, acabavam na cama. E a trégua era instaurada entre os lençóis, depois das palavras brutas. Machucavam-se e depois lambiam as feridas do outro, como animais. Às vezes, achava que acabariam se matando e que seria necessário partir. Tentava, mas da mesma forma que o sonho escapa do controle do sonhador, faltava-lhe a razão necessária para fazer as coisas como pensava que deveriam ser feitas...
Não sabia gostar. Ainda pior: não sabia ser gostada. Estava sempre correndo, fugindo daquela coisa que a imobilizava doce e lentamente. Escorregadia, balbuciou palavras robóticas e sem sentido, parecendo ainda mais louca e descontrolada. Enquanto ele abria o peito e chorava (de dor e raiva) falando de seus sentimentos, ela cantava músicas dentro de sua cabeça para que as palavras e as lágrimas não a afetassem.
Tapou os ouvidos com as mãos e gritou, pedindo que ele fosse embora, que sumisse, que fosse feliz com outra pessoa. No fundo, ela queria que ele a calasse como de costume, com beijos que, entre soluços, sal e línguas, acabavam na cama. E a trégua era instaurada entre os lençóis, depois das palavras brutas. Machucavam-se e depois lambiam as feridas do outro, como animais. Às vezes, achava que acabariam se matando e que seria necessário partir. Tentava, mas da mesma forma que o sonho escapa do controle do sonhador, faltava-lhe a razão necessária para fazer as coisas como pensava que deveriam ser feitas...
Um comentário:
o.O
Muito bom... já tive relacionamentos assim. Hoje eu corro deles, rs.
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