sinto o surdo dar ritmo aos desejos que sente a carne
tua ânsia de que revele um pouco mais da pele
do colo que se anuncia antes da nudez
- porque me sabes nua antes que meus pés toquem o chão frio -
e mesmo que deslize mistérios em tua direção
tua virilidade me assalta
antes do tempo
e o tempo suspende a respiração
e o resto ao redor do mundo
ouves apenas o bater do surdo
trovões a me invadir o peito
e sentes nas palmas de tuas mãos - por baixo da pele macia
a tempestade que se forma aqui dentro
quando tuas mãos grandes me [des]cobrem os seios
e então não há mais segredos - talvez um punhado de mistérios
que tentas absorver com a boca quente no meio desse monte
- ora marmóreo, ora dourado -
cobrindo perfeitamente o ponto rosado que sorri pra ti
tragando inteiros alma e pensamentos e calores
eletrificando outro ponto ao sul - origem do mundo -
onde desaguam os desejos.
Um comentário:
Muito bom.
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