entre minhas transparências mortais, gosto das espelhadas, dos reflexos dos meus olhos de castanhura terracota, porque meus olhos sangram e confessam meu caos emocional. meus olhos dialogam com tua boca, que fala com a minha através de semi-beijos, espaços entreabertos de quereres. toques não repletos de toques, antecipações de sentidos - pressentimentos. assim, tudo o que se passa fora dos olhos deixa de existir. estamos dentro. somos dentro - profundidades e desmesuras. teu hálito nas pálpebras faz sorrir meus olhos, que fazem projeções cartográficas de teus sorrisos. e na ressaca de meus olhos conto a ti o que não há de ter explicação. são apenas meus olhos, aquele louco par dissimulado de argila, aquela gravidade riscada - sanguínea. e o castanho vermelho conta tempo, segundos, saudades. conta histórias por vir - acalentos sussurros paixões.
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