das coisas que não sei é que me assombro
das visões cegas - pálpebras remendos
da canções que não danço em silêncio
dos arroubos por vir - das incontingências
dos começos arenosos, dos meios transparentes
dos fins repletos.
emudeço-me de palavras tardias
ou brevidades ou esquecimentos
que venham pelas portas dos fundos
- saídas -
e fecho em sombras o dia claro
de ventos desertos em chuva.
assombra-me a solidão das multidões
e os sorrisos tristes.
alegra-me a visão imaginária de flores em tuas paredes cruas
tua embriaguez exposta em letras infames
nas horas em que o mundo dorme
quando tu me espreitas entre estrelas de distância
e me dás nomes que não sabes se existem
no espaço remoto do meu corpo
na infinitude de nomes que sou
na infinitude de amores que és.
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