Tenho um sentir pesado, arisco, histérico. Uma cretinice delirante de quem ama loucamente, deseja cegamente, entristece profundamente. Um impulso não contido que sucumbe a todas as tentações. Uma ebulição constante: esse queimor de alma que não cessa ou amorna. Um desejo de ser erro, de ser pedra, de ser nuvem, de estar na outra pele. Esse esse meu rebuliço que atordoa o diabo, meu gosto pelo inferno. E ele - meu demônio chamado Sentido - me esbofeteia e me desconcerta os cabelos, fervilha de dentro para fora. É essa besta coleante que vive dentro do peito. Mas a palavra carrega a candura que acarinha o espírito. Uma suavidade ao expressar a intensidade louca do meu sentir: duas impressões distintas e complementares. Fúria e suavidade sob os mesmos lençóis. E entre o ímpeto e a doçura, o fogo sobe à garganta e meu verbo encarnado grita "AMA!".
Um comentário:
No início era o verbo e ele era impertativo: "Goza!"
E...
"Ama!"
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