Há aqui estes cristais brutos. Estas pedras mal lapidadas e inacabadas. Um espírito atônito com uma aspereza bonita de sentir. Um corpo que se estira e esvazia e grita e cala a saudade do porto desconhecido, do que ainda está por vir. A saudade da completude do mundo que já era inteiro antes que se descobrisse mundo, com suas frestas e ranhuras e desfiladeiros - como aparenta quebrado o que é inteiro. E te antecipo resquícios de um futuro que salta aos olhos e me eletrifica a carne. Porque tudo é aspiração, delícia, erupção, maremoto. Tudo é espuma. Ganir. Abrigo dessa sombra que me protege e converte em outra - em outras. Sou toda humanidade e infinitudes. Desejos. Respostas gritadas no infinitivo - sem tempo - da tua língua.